|
David Casaca, Irina Teles, Guilherme Sousa |
Organizaram um
encontro na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa para mostrar o que
aprenderam. São finalistas do curso de Técnicas de Cozinha e Pastelaria e
convidam o público para o Capital de Sabores, que começa na terça-feira. Já têm
emprego garantido.
David, Guilherme e Irina são três jovens que optaram por
fazer o secundário no ensino profissional. Cozinha foi a escolha dos rapazes,
ela preferiu pastelaria. Mas o curso integra as duas vertentes (dura três anos
e tem equivalência ao 12.º ano). Os chefs com quem estagiaram
já os recrutaram para trabalhar com eles. Guilherme, 17 anos, disse que não.
“Não vou trabalhar ainda porque quero fazer Gestão e Produção de Cozinha.”
Entretanto, também quer ver “como se trabalha noutros países”. E já se pôs em campo:
“Falei com uma unidade hoteleira na Irlanda, Liss Ard. Vou em Julho e regresso
em Setembro.”
David, 19 anos, também finalista, diz que o chef Olivier
já o chamou “para voltar a trabalhar com ele”. Fez o estágio do 2.º ano no
Olivier Café, em Lisboa, e correu muito bem. Daí o convite.
“Há um ponto fundamental nestes cursos: escolher bem o local
de estágio. A escola dá-nos muito a aprender, mas é no estágio que percebemos o
que se passa numa cozinha verdadeira. A realidade não é tão fácil como na cozinha
da escola”, diz David. E deixa um conselho a quem escolher este sector: “Tentem
conhecer o máximo de gente e guardem todos os contactos possíveis.”
Capital de sabores
A turma destes finalistas decidiu despedir-se da escola
organizando o encontro Capital de Sabores, de 19 a 21 de Junho. “A ideia é
fazer com que a Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa seja a anfitriã de uma
exploração de sabores da nossa capital.” Haverá demonstrações de trabalhos em
chocolate, explicações de como “harmonizar vinhos com comida” e jantares com chefs de
restaurantes de Lisboa: Nuno Diniz (York House), Diogo Noronha e Nuno Bergonse
(Pedro e o Lobo), Alexandre Silva e Miguel Palma (Bocca).
“A iniciativa Capital de Sabores é também uma ponte para o
mundo profissional. A nossa imagem vai ser divulgada como organizadores e como
alunos do 3.º ano de Cozinha e Pastelaria. Vamos estar com três nomes bastante
considerados na cozinha de Portugal. E, consoante o nosso desempenho,
certamente acontecerão coisas boas a nosso favor”, diz, confiante, David
Casaca.
“Este programa não é obrigatório.
Fazemo-lo para mostrar o nosso trabalho e como temos crescido profissionalmente
ao longo destes três anos. Provar que a nossa turma é realmente boa, que somos
capazes de fazer uma coisa com pés e cabeça e agradar a toda a gente”, diz
Guilherme Sousa.
Escolhas na primeira pessoa
David
Casaca – 19 anos, Queijas (Oeiras)
“Tenham ambição”
Fui tirar o curso de Cozinha porque tinha esta paixão desde
pequeno. Gostava de estar com a família a cozinhar, depois ver toda a gente
reunida à mesa, à volta de uma boa refeição. Com o tempo, esses momentos
foram-me cativando sempre mais.
Comecei a cozinhar para a família, que gostava do que eu
fazia, depois para os amigos, que também gostavam, até que decidi entrar para o
curso e tentar ali a minha vida profissional. Cozinhava sobretudo com a minha
irmã (tem 35 anos), fazíamos uns jantares diferentes do habitual e uns almoços
especiais de fim-de-semana.
Acabado o 9.º, inscrevi-me na EHTL e fui aceite para o curso
de Técnicas de Cozinha e Pastelaria. Fiz estágios no Hotel Real Parque e no
Olivier Café (ambos em Lisboa).
A quem tiver vontade de ir para este curso digo que tenham
ambição, que sonhem e que não queiram subir demasiado depressa. É preciso
trabalhar muito, ter e mostrar muito empenho, não ter medo de ser diferente e
de arriscar. Com os nossos erros é que aprendemos.
Eu estava confiante de que iria ter emprego porque a escola
proporcionou-me diversas actividades, como workshops, a
participação no Peixe em Lisboa, relações com chefs famosos.
Deram-me uma imagem nova do que é a cozinha hoje em dia e abriram-me portas
para quando eu saísse da escola pudesse entrar por elas. É o que estou a fazer.